À música
Eu aqui, num desábito noturno, lhe dôo as minhas palavras.
Venho transvestida de loucuras, loucuras sensatas e puras...
Digo inconstâncias, ardores, fervores e te encontro; pergunto-me. Dúvida?
Vontade de tocar, por olhares, primeiros respiros, suspiros, gestos e paladares -
a longitude transgride e grita diante da beleza.
Tocar, talvez. O toque, o que será? senão ilusão provisória das sensações…
Como tudo ilusório de mim, de você, de todos. Ilusos e ilusionistas…Dizendo palavras.
Magia transfigurada, paz e sensações constantes de serenidade.
Simplesmente por dizer tanto é que nos reencontramos, sós, á nós mesmo, música?
Em busca de sei lá o que, agimos…te encontro, e mais uma vez o indizível diante de mim se transmuta.
Positivo, sempre positivo…gestos e sensações,
Afinal não existe outro motivo.
A busca por algo, talvez indizível, intocável, inalcansável metafóricamente.
Mas por sentir demais é que tudo se torna realidade.
E minhas palavras transgridem daqui para o irreal, simples e contraditório-
-não existe nada mais complexo que a simplicidade.
-não existe nada mais complexo que a simplicidade.
Num desábito noturno te escrevo em mim, de ti e me toco.
Por isso, o abstrato. Música.
(Larissa Mattos)